quarta-feira, 9 de maio de 2012

Novo Basquete Brasil: Old School vs New School

O NBB 2011/2012 é na minha opinião a melhor edição do campeonato desde a sua criação. Este ano tivemos favoritos ao título, candidatos ao título e surpresas que se equilibraram ao longo das rodadas. Com raras exceções, não havia favoritos nos jogos. Na fase de play-off então, as diferenças foram diminuindo cada vez mais. Achei normal a eliminação do Paulistano pelo time de Franca, mas me surpreendeu a "varrida" por 3 x 0. Bauru eliminou a Liga Sorocabana (3 x 0), mas não enfrentou facilidade, Uberlândia iniciou a série perdendo fora de casa para o Tijuca, mas se recuperou em casa, vencendo a disputa no quarto jogo no Rio de Janeiro. Joinville e Limeira brindaram o público com uma decisão apenas na 5ª partida e nos instantes finais. Muito do que vemos nos jogos são reflexo do trabalho dos técnicos. Este ano, tem sido bem interessante assistir às disputas entre os treinadores veteranos e os da nova geração. Helio Rubens (Franca) e Claudio Mortari (Pinheiros) são os atuais representantes dos veteranos. Técnicos há mais de 30 anos, ambos já vivenciaram de tudo nas quadras de basquetebol mundo afora. Por outro lado, treinadores jovens, como Gustavo de Conti (Paulistano) e José Alves Neto (Joinville), têm mostrado estilos de liderança bastante diferenciados. Analisando cada um, vejo que os dois últimos mostram-se mais objetivos em suas orientações nos pedidos de tempo, enquanto os veteranos tendem a um comportamento mais genérico, muitas vezes baseados na correção das atitudes dos jogadores em quadra ("você tem que voltar pra defesa!", "façam bloqueio de rebote", "façam arremesso equilibrado"). A nova escola dos treinadores pontua mais especificamente o que se deseja organizar em quadra. Parece que cada pequena situação do jogo foi treinada exaustivamente e apenas são relembradas nos pedidos de tempo. Existem claramente muitas variações táticas tanto na defesa como no ataque. Neste sentido, a comunicação com os atletas torna-se de grande importância. Por exemplo, saber utilizar a prancheta tática de modo didático é uma arte que precisa ser treinada. Os rabiscos feitos pela caneta enquanto o treinador vocifera uma infinidade de palavras em alta velocidade pode às vezes confundir mais de que elucidar as ações para os jogadores. É necessário que se preocupem igualmente com os jogadores estrangeiros que não dominam a nossa língua e suas gírias, e certamente ficam com "cara de ponto de interrogação" ao final do pedido de tempo. Isso quando o técnico não é também estrangeiro, o que pode comprometer ainda mais o processo de transmissão de informações para o grupo. O uruguaio Miguel Volcán (ex-Uberlândia) falava em inglês, espanhol e italiano com seus atletas. Até que ponto isso prejudicou o desempenho de sua equipe, é um caso para estudo.

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