quinta-feira, 7 de junho de 2012

Atleta Tem Que Conhecer A Regra!


Creio que muitas vezes os professores da iniciação esportiva e técnicos não dão o adequado ênfase ao ensino das regras aos alunos e atletas. Penso que não apenas se ensinar e debater as regras, mas também deveriam ser criadas simulações realísticas que permitissem os atletas vivenciar o maior número possível de situações nas quais o conhecimento correto das regras influenciariam sobremaneira a tomada de decisão do jogador e do técnico.

Eu dirigia um time sub-15 no Rio de Janeiro e vencíamos uma partida por apertados 5 pontos de diferença nos instantes finais do jogo, quando o adversário saiu em contrataque e acertou um arremesso de 3 pontos. Nosso armador, dotado de uma síntese de raciocínio impressionante, foi buscar a bola para repor em jogo. Quando pegou a bola, ele olhou para o placar que mostrava faltarem 4 segundos para terminar a partida. Então, ele ficou segurando a bola e olhando para o cronômetro...3...2...1...acabou! Naquela época (1997), o tempo não era interrompido após a cesta nos 2 minutos finais do jogo. Como ele tinha 5 segundos para repor a bola, ele simplesmente não fez o passe, e vencemos aquela disputa. Na quadra, vários jogadores ficaram pedindo que ele passasse a bola logo pois ia acabar o tempo.

Em uma outra equipe que dirigi da mesma faixa etária, perdíamos a partida por poucos pontos e a posse de bola era do adversário. Um atleta nosso ao tentar marcar a reposição de bola na lateral, saiu da quadra, aproximando-se até tocar o adversário. O árbitro interrompeu o lance e advertiu o jogador para que ele não fizesse isso. Assim que o árbitro devolveu a bola para o adversário, nosso jogador repetiu a mesma ação. Dessa vez, o árbitro não advertiu, e sim, aplicou-lhe uma falta técnica. Por que o jogador fez isso? A regra vigente na época determinava que quando uma falta técnica fosse aplicada a um jogador na quadra, a penalidade seria apenas a cobrança de dois lances livres (hoje, além dos arremessos há a posse de bola). Ele contava com a possibilidade do erro nos lances livres, seguido de rebote defensivo, retomando a posse de bola. Não foi uma atitude de fair play, mas um uso inteligente da regra.

Na NBA, durante as finais da Conferência Leste, o armador Rajon Rondo, do Boston Celtics, tinha direito a uma reposição de bola no fundo da quadra de ataque, faltando apenas 0,9 segundos de posse de bola. Dwane Wade, do Miami Heat estava a sua frente para atrapalhar tanto sua visão como suas opções de passe. Foi aí que Rondo ao invés de passar a bola par algum companheiro de time, limitou-se a fazer um passe baixo, contando com o salto do adversário. Neste momento, a bola tocou diretamente a perna de Wade, o que, pelas regras da NBA, interrompeu a jogada e deu nova posse de bola de 14 segundos ao Celtics. Era um lance provavelmente perdido em função do mínimo intervalo de tempo para se fazer uma jogada. Mas, o conhecimento de regra permitiu mais uma vez que a equipe ganhasse segundos suficientes para organizar suas ações ofensivas.

Existem certamente muitos outros exemplos de como fazer um uso inteligente da regra, ou ao menos evitar se prejudicar pelo desconhecimento da mesma. Entretanto, o treinador deve buscar nos treinos apresentar situações em que os atletas precisem tomar decisões levando em consideração as regras atualizadas do basquetebol.

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