segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como Medir a Qualidade de um Técnico?


Já escrevi por aqui que o técnico (ou treinador esportivo) deve ser um catalisador de performance, buscando meios e métodos para que seus atletas alcancem o máximo do rendimento individual e coletivo. A função do treinador é dotada de um elevado grau de complexidade, embora nem sempre seja percebido. Se você não compreende esta situação por este ângulo, passa a crer que o papel do técnico é simplesmente definir uma plataforma tática (que tipo de defesa, por exemplo) e “não atrapalhar” o rendimento do time. E isso está longe de ser verdade.

O treinador idealmente deve participar da montagem do elenco (da mesma forma em que um diretor de teatro faz antes de um espetáculo), selecionando os atletas que formarão a equipe para aquela temporada. Este processo de seleção passa pela compreensão de que as “peças do quebra-cabeça” precisam fazer sentido quando estiverem juntas. Nem sempre, o simples fato de agrupar grandes talentos ao mesmo tempo cria um grande time.

Ao longo da temporada, o treinador precisa gerenciar as diferentes personalidades presentes no grupo, precisa saber motivar os reservas, precisa saber corrigir e aperfeiçoar os jogadores, e até mais importante que isso, saber como ter acesso à correção destes jogadores. Não se iluda, pois até mesmo estrelas da NBA apresentam falhas graves de fundamentos. Porém, um treinador atento e capacitado, consegue convencer este atleta da necessidade de melhora.

Então, que indicadores devem ser aplicados para definir a qualidade de um técnico? Será que os títulos e demais conquistas ou o percentual de vitórias ao longo da carreira? Será o carisma? Eric Spoelstra do Miami Heat é bastante criticado por não ser carismático. Mas o time da Flórida tem apresentado a cada jogo destes play-offs um sistema defensivo mais e mais consistente e variado, ajustando-se ao estilo ofensivo de seus adversários (foi assim contra Boston Celtics e agora contra Oklahoma City Thunder). E apesar da habilidade em resolução de problemas, nem assim o consideram um bom técnico.

Existem críticos que ainda insistem em dizer que “há times cujos jogadores não precisam de técnico, jogam sozinhos”. Podem ganhar alguns jogos, mas não ganham campeonatos. Tem muito mais saberes necessários a um treinador que a mera escolha da defesa ou das jogadas ensaiadas no comando de um equipe. E os treinadores que não entenderem isso estarão dando razão aos críticos. 

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