quarta-feira, 6 de junho de 2012

Basquetebol Brasileiro: em que pé (ou mão) estamos?


Uma coisa não se pode negar: a final do NBB 2011/2012 deu o que falar! Entre as postagens em blogs e redes sociais e os decorrentes comentários, as opiniões se dividiam dos mais otimistas aos mais pessimistas em relação à situação atual do basquetebol brasileiro. Alguns consideram que nosso basquetebol está atrasado e precisa melhorar muito (fato!), enquanto outros mostram sua satisfação em ver como a modalidade evoluiu no país nos últimos anos (fato também!). Penso que não podemos nos deixar levar pelas emoções extremas que geram pensamentos radicais e unilaterais. Alguns cuidados precisam ser tomados, desde os mais simples, como a manutenção da pintura dos aros, até o sistema de disputa da competição e forma de transmissão televisionada (quem sabe até pela internet). As críticas à qualidade do jogo (nível técnico muito baixo) devem ter certa parcimônia. A partida final não representou o que foi o campeonato e nem o que é o basquetebol brasileiro. Esta última temporada no NBB foi espetacular! Tivemos jogos emocionantes e de altíssimo padrão, que em nada deveram aos jogos da Eurobasket, por exemplo. Querer comparar o NBB com a NBA é demonstrar a total falta de noção da realidade. É preciso considerar as diferenças culturais entre os países, o que gera uma distância colossal em termos de estrutura e organização. O fato de mobilizar quantias financeiras gigantescas faz com que a contratação dos melhores jogadores do planeta seja viabilizada. Os centros de treinamentos dos times da NBA são um sonho ainda distante do cotidiano brasileiro.
Somos o país do futebol, e mesmo assim, tivemos vários jogos de clubes de grande investimento com estádios apenas modestamente cheios. Não dá pra reclamar de ginásios com 500 ou 700 espectadores no basquetebol. O voleibol está mais adiantado que o basquete por ter iniciado seu processo de reestruturação mais cedo (muito mais cedo!). Hoje, o vôlei colhe os frutos das sementes plantadas há algumas décadas. O basquete vai chegar lá. Mas pra isso, precisamos juntar forças pelo crescimento do esporte. Insistir em destacar as falhas (que obviamente precisam ser identificadas e resolvidas) em detrimento dos aspectos positivos que o esporte tem alcançado é adotar uma atitude contra producente. Isso atrapalha o desenvolvimento da modalidade, visto que há necessidade de investimento. Quem vai querer investir em algo que está “totalmente errado”? Não podemos nos tornar cegos perante o muito que ainda precisa ser ajustado no basquetebol brasileiro, mas, por outro lado, igualmente não podemos apenas focar nos problemas e fingir que não houve melhoras. O primeiro passo é consolidar a credibilidade do esporte nacional. A Liga Nacional de Basquetebol por intermédio do Novo Basquete Brasil e da Liga do Desenvolvimento Olímpico, está nos dando credibilidade. O resto vem aos poucos. Tenhamos paciência, mas, é claro, fiquemos de olho.

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