terça-feira, 12 de junho de 2012

Veteranos de Basquetebol

Oficialmente, o marco da criação do basquetebol máster, ou maxibasquetebol, nome sugerido na Argentina para representar esta categoria em contraste ao minibasquetebol para crianças, foi a realização de uma partida disputada por ex-jogadores na Argentina em 1969. Logo após este evento, esta modalidade esporte teve forte aceitação na Europa e demais países da América, que organizaram vários torneios e campeonatos internacionais, culminando com o primeiro Campeonato Mundial de Basquetebol Master, na Argentina em 1991, quando foi finalmente criada a Federação Internacional de Maxibasquetebol (FIMBA), que conta com cerca de 75 Associações Nacionais filiadas, entre elas a Federação Brasileira de Basquetebol Máster (FBBM).

Apesar da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) reconhecer como veterano o atleta a partir dos 35 anos de idade, a FIMBA demarca as idades de 30 anos para mulheres e 35 anos para homens como limite inferior para o esporte máster. Ainda reconhecem a categoria pré-master (a partir de 27 e 30 anos, para mulheres e homens, respectivamente).

No Brasil, o basquetebol de veteranos tem ganho adeptos rotineiramente. Seu início data dos anos 1950 com a criação do Combinado Copacabana do Rio de Janeiro, que tinha por objetivo estender o convívio social através de encontros semanais onde pudessem comentar suas jogadas e feitos, partilhando-as com os amigos e familiares. Desde 1984 é realizado anualmente o Encontro Brasileiro de Veteranos de Basquetebol, evento itinerante que atualmente conta com 23 delegações de 19 estados e cerca de 1200 atletas com idades entre 35 a 75 anos. As categorias são divididas em faixas etárias com interstícios de cinco anos (35 a 39 anos, 40 a 44 anos, e assim sucessivamente), sendo adotadas 10 categorias masculinas e sete femininas. Considerando que com o envelhecimento, várias funções fisiológicas são comprometidas, como por exemplo, perda de força, flexibilidade e mesmo potência aeróbica, diferentemente das divisões de base de qualquer modalidade esportiva, o mais jovem não pode atuar na categoria mais velha, apenas o contrário é permitido.

A participação neste tipo de competição deveria atender aos critérios de elegibilidade determinados pela SBME, mas este fato parece ainda não ser comum entre atletas e organizadores destas competições. Fisiologia à parte, o Encontro Brasileiro de Veteranos de Basquetebol traz a reboque uma imensa integração, pois as partidas normalmente são acompanhadas por uma plateia cheia, composta pelos demais jogadores que já terminaram seus jogos ou que estão aguardando seu momento de entrar em quadra, e ainda seus familiares e amigos, que muitas vezes viajam junto com os grupos.

Além do calendário de jogos (muitos!!!) realizados ao longo da semana, há também uma extensa programação cultural (a depender da cidade-sede), com almoços e/ou jantares festivos e passeios turísticos. Mas, para quem não está diretamente envolvido com os jogos, o que vale a pena mesmo é a oportunidade de ver em ação ídolos de outras épocas da modalidade, que ainda sabem o caminho da cesta.

Outra coisa que chama a atenção é o que em função da condição física menos vigorosa (em especial entre as categorias mais altas), o jogo fica mais coletivo, com valorização dos passes ao invés dos intermináveis dribles e isolamentos. Vale a pena assistir. Isso é história do basquete ao vivo e em cores!

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