segunda-feira, 11 de junho de 2012

NBA x FIBA


Faz tempo que digo que o basquetebol é da FIBA. O que a NBA faz é outro esporte. Claro que não é, mas às vezes, parece que é. Não é só por conta das regras e dimensões da quadra diferenciadas, mas também por conta do estilo de jogo e do próprio propósito do jogo. Nos EUA o importante é o espetáculo acima de tudo. Tudo é feito para entreter o público, e para isso, certas regras recebem “olhos desatentos” da arbitragem. E nesse sentido, o que me incomoda profundamente é o número de andadas toleradas pelos árbitros de lá. Quem trabalha ou já trabalhou com iniciação do basquetebol perdeu as contas do número de explicações e exercícios educativos adotados para ensinar, corrigir e aperfeiçoar o pé de pivô dos alunos ou atletas. Desde a simples recepção de um passe em movimento, até a finta de corte, o início do aprendizado é cercado de erros (admissíveis, é claro) na execução deste movimento, o que invariavelmente acaba em violação da regra da andada.


Contudo, quando os alunos assistem os jogos da NBA, ficam tentados a imitar os movimentos de seus novos ídolos. E estes, em nome do entretenimento, têm suas andadas desconsideradas. A NBA celebra também a ode ao individualismo, esta supervalorização dos feitos individuais em detrimento das ações coletivas é uma cartilha equivocada para se seguir no processo de formação dos atletas. O fascínio pelos jogos da NBA é tão grande que em épocas diferentes tive atletas que sabiam às vezes o “modelo de tênis que o jogador tal utilizou no jogo contra o aquele time”. Por outro lado, pouco conheciam sobre os atletas brasileiros. Não estou exigindo (embora devesse!) que os atletas nascidos a partir dos anos 1990 conheçam Rui de Freitas, Wlamir Marques, Ubiratan Maciel, Amaury Passos, Zenny de Azevedo (Algodão), entre outros grandes nomes brasileiros da modalidade. O curioso foi descobrir que nem mesmo Rogério Klafke, Demétrius Ferraciú, Helinho, Fernando Minucci, Luís Felipe Azevedo, etc, faziam parte do rol de nomes conhecidos por eles. Acho grave que a memória de nosso esporte esteja sendo substituída pela memória da NBA. E espero que em tempos de NBB forte e organizado, e uma seleção brasileira respeitada, as próximas gerações fiquem mais atentas à bola que é arremessada à cesta por aqui.

6 comentários:

  1. Como você sabe, digo que cansei de ver NBA, claro que entendo ser um basquete individualmente de altíssimo nível, mas é exatamente este individualismo que me incomoda. Ver NBB ou uma Euroliga hoje em dia me dá muito mais prazer peor todas as nuances táticas que são oferecidas nas partidas! Espero, sinceramente, que este passe a ser o modelo de jogo no basquete brasileiro, não seo para os times que disputam os campeonatos, mas também para os amantes do esporte e iniciantes nele.

    ResponderExcluir
  2. E mais um registro: essa final de NBA de Miami Heat x Oklahoma City Thunder pinta como a maior pelada da história da NBA! São times EXTREMAMENTE individualistas, principalmente o OKC.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mauro, nada de novidades nas finais da NBA até aqui. Ambas as equipes jogam sem armador e baseiam seus ataques nos isolamentos e pick and roll para suas estrelas. As jogadas são atleticamente fantásticas e encantam os espectadores, isso não se pode negar. Eu também gosto, você também gosta. Mas descaracteriza o jogo quando se exagera no individualismo. Espero que isso não dite a tendência para os próximos anos...

      Excluir
  3. Sinceramente, colega: o nacionalismo é uma das coisas mais idiotas desse mundo. Os seus atletas têm todo o direito de gostar e acompanhar a liga esportiva que lhes dá mais prazer, independentemente da localização geográfica do nascimento de seus praticantes ou da sede das agremiações esportivas. Nada mais natural, aliás. Absurdo é eu ser pressionado por um professor a aprender a história do nosso basquete porque "sou brasileiro". Isso não faz a menor diferença. Chega dessa xenofobia boba de país subdesenvolvido. Chega de induzir jovens com base em suas preferências arbitrárias. Doutrinação é que não faz parte do papel de um bom professor.

    ResponderExcluir
  4. O comentário do Anõnimo acima é totalmente alienado. Xenofobia só por questionar a falta de conhecimento dos jovens da história do esporte que eles praticam e gostam?
    A internet é repleta desses comentários que não contribuem em nada para nada. Cada um faz o que quer, assiste o que quer mas o professor pode e deve sim ter a missão de educar e ensinar a história de um País que é BI-CAMPEÂO MUNDIAL DE BASQUETE. O que tem de errado isso? Qual o erro nisso? Arbitrário só por não partilhar do mesmo pensamento que você?
    A Liga americana é realmente um espetáculo, gostaria muito de ter uma organização e uma visão business igual a que eles mostram lá aqui no nosso basquete. Isso atrairia muito mais os jovens para os nossos times, jogadores e competições. Localização geográfica serve para definir, por exemplo, os Países e dessa maneira definem os atletas que defendem as seleções de acordo com suas nacionalidades. Dessa maneira uma boa parte desses jogadores não defendem a seleção do Brasil. Vamos apenas criar uma geração que bate palmas para os outros
    ou tentar criar atletas que possam ser aplaudidos e queiram isso?
    Nada contra a Liga Americana, pelo contrário pois acompanho e gosto, mas esse complexo de vira-lata que alguns Brasileiros tem é que contribuem para a inércia esportiva na qual vivemos.

    ResponderExcluir
  5. Boa tarde pessoal do "É cesta"!!
    Muito legal essa iniciativa de formar um grupo para debater sobre basquete!
    Sou de Niterói, mas me considero um "Cidadão Sergipano", pois por ser filho de Sergipano tenho passado minhas férias na minha querida Aracaju há mais de 40 anos (hoje tenho 52).
    Bom, estou escrevendo isso que não tem muito inicialmente haver com basquete, mas para pedir umas orientações:
    Estou pensando em me mudar para Aracaju no final de 2017, levando minha esposa e meu filho de 14 anos. Esse último gosta de jogar basquete e foi até federado sub 13 de um time local que deisputa o campeonato Carioca: O Clube Central, onde jogou Lucas Bebê.
    Atualmente meu filho apenas joga as peladas de basquete aos domingos.
    Bom, indo morar em Aracaju com certeza vou precisar de informações de onde jogar basquete, como anda o basquete e o campeonato local.
    Muito obrigado pela atenção e sucesso nesse blogs!!
    José Augusto.

    ResponderExcluir