Hoje a noite
teremos o jogo 4 das finais da NBA 2011/2012, em que o Miami Heat receberá o
Oklahoma City Thunder. Creio que pela primeira vez na história os times
finalistas adotam uma estrutura pouco usual no esporte. Em seus times titulares
nenhuma das equipes possui armador de ofício. Russel Westbrook (Thunder) e Mario
Chalmers (Heat) fazem a função de forma improvisada, mas sem a eficiência
esperada de um organizador do ataque. No banco de reservas dos dois lados, há
uma opção para a posição. Enquanto o Thunder conta com a ampla experiência do
veteraníssimo Derek Fisher, o time do Heat joga o peso da responsabilidade nas
costas do calouro Norris Cole. Se falta condição física para um, falta bagagem
para o outro. E ambos têm baixa estatura para os padrões da NBA (Fisher 1,83 m
e Cole 1,85 m). Além disso, em vários momentos do jogo têm tido a obrigação de
marcar jogadores bem mais altos, como Dwyane Wade (1,93 m) e Kevin Durant (2,06
m). Não sei exatamente as razões pelas quais os técnicos decidiram montar seus
elencos com estas características, mas este fato levanta a questão: será esta
uma tendência para os próximos anos? Será que a função do armador será banida
do jogo?
Acho que da
forma como o jogo na NBA tem sido conduzido, é bastante possível que esta seja
realmente uma direção a ser tomada pelas equipes (não estou defendo esta
posição, apenas interpretando a situação!). Esta semana tive a oportunidade de
assistir alguns jogos antigos, que em breve serão tema de textos do É Cesta!
Estes jogos podem ser considerados clássicos do basquete, como a final olímpica
de Munique em 1972 entre EUA e URSS. O jogo era absolutamente coletivo, com uma
constante movimentação dos jogadores e troca de passes até que fosse possível
arremessar a bola em curta ou média distância com o mínimo de marcação
adversária. O jogo da NBA hoje se resume a duas situações no ataque
posicionado: o isolamento e o pick and roll. Assim, o jogo não precisa mais ser
“coletivo”. Pelo contrário, quando se aplica o isolamento, a função dos demais
jogadores é efetivamente não atrapalhar, e sair do caminho, liberando espaço na
quadra para que o atacante com bola jogue sozinho. No máximo, busca-se um
bloqueio (corta-luz) com giro para as situações em que se busca forçar a troca
de marcação. A outra opção são os arremessos de 3 pontos, mesmo que seja num
contrataque sem rebote ofensivo a ser disputado.
A verdade é
que este estilo de jogo dispensa o armador da quadra. Uma pena, pois penso que
desta forma o jogo fica menos intuitivo e mais óbvio. As habilidades atléticas
parecem superar as habilidades cognitivas e a síntese de raciocínio dos
atletas. A própria participação do técnico nas tomadas de decisão ofensivas
ficam limitadas. Acho o espetáculo das enterradas e infiltrações com mudanças
de direção fantástico, mas não me iludo. Não gosto deste estilo de jogo baseado
pura e simplesmente no 1 x 1. A NBA atual
me lembra um exercício que muitos professores e treinadores (eu inclusive)
costumam utilizar, no qual os componentes de cada equipe recebem uma numeração
e ficam sentados ao longo da linha lateral de quadra. Cada número de uma equipe
tem seu correspondente na outra equipe. O professor lança a bola para o alto no
centro da quadra e chama um número. Então, os jogadores de cada equipe que
tenham este número correm para disputar a bola e jogar 1 x 1, até que saia uma
cesta. A NBA de hoje não está muito distante disso.
Tomara que a
NBA das próximas temporadas não nos prive de ver em ação jogadores como Rajon Rondo,
Tony Parker, Chris Paul, Jason Kidd, Monta Ellis, Steve Nash, Derrick Rose,
Ricky Rubio, John Wall, Kemba Walker, entre muitos, muitos outros, que desafiam
cognitivamente os adversários e organizam as ações ofensivas de seus times. O
jogo nasceu coletivo. Que seja mantido coletivo!
A percepção e o desejo que Marcos tem desse jogo não é pra qualquer um!!! Vai fazer muita falta no banco lá da UFS...
ResponderExcluirGrande abraço, Kiko!!!
Paulistinha
ExcluirObrigado pela consideração e pela visita ao É Cesta!
Forte abraço e Boas Cestas!
Com certeza Paulistinha, devo muito a Marcos Bezerra, pois meu jogo 5x5 evoluiu muito como ele!
ExcluirAinda quero jogar ao lado dos 2!
Obrigado por tudo!
Vitão, obrigado pela consideração! Tenha certeza de que estarei por perto sempre que vocês precisarem de orientação. Entretanto, penso que posso colaborar com o basquete sergipano de outras formas agora, e abrir espaço para novos nomes.
ExcluirForte abraço e Boas Cestas!